Ansiedade, angústia e Pânico! O que é isso?

Ansiedade é um tema que já anda presente em quase todos os ambientes. Seja em casa, no trabalho ou com amigos não é incomum falar sobre isso. Por vezes, atribuímos certas dificuldades e sintomas a ansiedade, como taquicardia, dor de cabeça, gastrite, suores, tremores enfim, a “ansiedade” nos atravessa em diversos momentos e setores da nossa vida. Em algum nível, a “ansiedade” faz parte da vida de todos nós, em maior ou menor grau, de maior ou menor intensidade.

No entanto, a ansiedade por si só não é um sintoma ou uma doença. Ela é um conjunto de fatores fisiológicos e psicológicos que preparam o individuo para uma situação de ameaça, perigo e luta. A ansiedade é, antes de tudo, um conjunto de mecanismos para a preservação da nossa vida.

Entretanto, na nossa vida moderna, muito longe das selvas e savanas, será que essa lógica basta? A vida atual nos impôs a necessidade de repensar o sentido do que chamamos com muita facilidade de “ansiedade” e assim outros diagnósticos, de origem psicológica, foram necessários para tentar explicar todos esses novos sintomas. Dessa forma nasceu o que conhecemos hoje como Pânico ou Transtorno de Pânico, nomes comumente usados pela Psiquiatria.

O Pânico, diferente da típica ansiedade que faz parte de todos nós e que nos prepara para a vida cotidiana, não diz respeito a uma ameaça real, mas sim uma ameaça imaginária e fantástica de morte e aniquilação. A crise de Pânico é frequentemente associada a morte literal do nosso corpo e da nossa mente, não sendo incomum fortes sensações e ímpetos de “ataque cardíaco”, “AVC”, perda da consciência, enfim, situações de iminência de morte e que tomam o corpo da pessoa num súbito de vários sintomas terríveis.

O que chamamos de Pânico não tem haver com a ansiedade, como a conhecemos, mas com a angústia. Sabe aquele mal estar, aquela sensação e sentimento de que algo não está bem? De que você não está bem mas não sabe por quê? Isso é angústia. Diferente da ansiedade que se liga a realidade e expectativas objetivas, a angústia não tem um objeto comum. É a forma mais primal do mal estar. É um "terror" que parte de alguma desorganização interior, de dentro de nós. Logo, a ameaça do que chamamos de Síndrome ou Transtorno de Pânico é interna.

O Pânico nos diz sobre nossos medos e inseguranças. É uma forma de dizer que algo não está bem conosco. Talvez uma forma assustadora de nos dizer isso, mas o corpo fala. O Pânico nos remete a uma situação de extrema vulnerabilidade e desamparo, sentimentos que são bem comuns na pessoa que sofre com esses sintomas. O Pânico e as crises nos dizem sobre como nos sentimos sozinhos, despreparados e desamparados para lidar com diversas situações da nossa vida e é por isso que o tratamento exige uma atenção sensível e responsável, para dentro de nós. Talvez a coisa mais difícil de todas, mas fundamental.

Não sofra sozinho(a). Procure ajuda e permita-se passar por um processo de transformação dessa realidade tão vulnerável.